quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

PREFEITO DE MALHADA DOS BOIS ESCRAVIZA SERVIDORES

Central realiza protesto e manifestação para acabar com
trabalho escravo e desvio de funções no interior de Sergipe.


Na sexta-feira, 6, a Central Única dos Trabalhadores de Sergipe - CUT/SE – conjuntamente com a Federação dos Servidores Públicos Municipais do Estado de Sergipe - Fetan/SE - realizou ato público em defesa dos trabalhadores do município de Malhada dos Bois.
Sob o comando do prefeito Augusto Cezar Aguiar Dinizio (PSC), os servidores públicos municipais estão sendo obrigados a atuar em regime de escravidão, deslocados de sua função de serviços gerais para atuarem como garis (leia no site Prefeito de Malhada dos Bois escraviza trabalhadores ). O protesto contou com apoio dos deputados federal e estadual, Iran Barbosa (PT) e Ana Lúcia (PT), e vereadores locais.
No intuito de tentar uma negociação com Augusto Cezar, com faixas e cartazes na mão, após concentração na entrada da cidade, a partir das 8h, os trabalhadores percorreram as ruas que levam até o prédio da prefeitura municipal. O cortejo foi acompanhado por moradores que assistiam atentos das janelas e portas de suas casas. Muitos, a par do autoritarismo imposto aos trabalhadores, solidarizaram-se e somaram corpo à caminhada.
O caso se caracteriza por apresentar crimes de assédio e dano moral, bem como abuso de autoridade. “É fundamental e urgente a ação enérgica dos órgãos fiscalizadores para evitar que Augusto Cezar prossiga com tamanha barbárie. O prefeito é um servidor do povo e não um senhor feudal, um coronel ou um déspota", lembra Iran Barbosa.
O encontro teve como saldo a assinatura de um termo de ajustamento de conduta onde o prefeito se comprometeu a, de imediato, modificar a jornada de trabalho exaustiva de exposição ao sol e disponibilizar os equipamentos de proteção individual para os trabalhadores (protetor solar, chapéu, luva, máscara, fardamento, calçado apropriado).
Diante do protesto da CUT/SE, o prefeito Augusto Cezar se comprometeu ainda em nomear uma comissão para a criação de projeto de lei onde deverá constar as atribuições dos servidores públicos no cargo de auxiliar de serviços gerais e a investigação dos excessos que porventura seus fiscais tenham cometido, conforme denúncias de trabalhadores.
Dentre os pontos apresentados pela CUT/SE em nome dos trabalhadores, o prefeito negou-se, no entanto, a reconhecer que está desviando trabalhadores concursados de suas respectivas funções, muito embora o Código Brasileiro de Ocupações do Ministério do Trabalho e Emprego - CBO - tenha bem definido as atribuições para o cargo de auxiliar de serviços gerais, bem como o de gari.
“A Central Única dos Trabalhadores já está reunindo documentos para entrar com representação no Ministério Público do Trabalho contra Augusto Cezar, bem como o ajuizamento das respectivas ações judiciais, sob assédio moral, exposição dos servidores à condições prejudiciais à saúde e desvio de função”, frisa o presidente da CUT/SE, Antônio Carlos Góis.
Saúde em perigo
O que se observa é que a saúde do trabalhador para ao prefeito de Malhada dos Bois pode e deve ficar à mercê de um jogo de interesse político. Trabalhando em condições desumanas, de sol a sol, das 8h às 18h, de segunda à sexta-feira, sem intervalo para beber água ou descansar durante cada turno, muitos dos trabalhadores desmaiam com freqüência. “Não vejo nada demais em trabalhar oito horas por dia embaixo de sol”, afirma Augusto Cezar.
Há casos de trabalhadores que mesmo sob atestado médico indicando que não é possível sua permanência em trabalhos expostos ao sol, sofrem ameaças para não parar. Outros, apresentam ematomas e escalibrose pelo corpo, feridas nos lábios (possivelmente capazes de desencadear num câncer), rachaduras profundas nos pés e problemas de coluna por terem de empurrar carrinhos cheios de areia.
“Já teve um policial que ganhou gratificação do prefeito que disse que o certo era a gente passar a língua na rua para tirar a sujeira”, relata Maria de Lurdes Alves dos Santos, membro da comissão de negociação dos servidores municipais.
Durante a reunião, Maria de Lurdes rebateu a afirmação do prefeito de que não há perseguição política. “Se ele tirou alguns servidores da repartição e colocou-os nas ruas varrendo e passou o pessoal que já trabalhava de gari, mas que votou nele, para a repartição. Como se pode não caracterizar isso de perseguição política?”, questiona ela.
Bastidores da negociação
Após inúmeras tentativas de contato ignoradas, enfim, diante da manifestação, o chefe do Executivo de Malhada dos Bois recebeu a comissão dos servidores, da CUT/SE, da Fetan, o deputado federal Iran Barbosa e assessor jurídico da CUT/SE, Thiago de Oliveira.
Durante reunião de pouco mais uma hora, o prefeito Augusto Cezar, sentindo-se acoado com a presença de uma jornalista do Portal Infonet e câmera filmadora da assessoria da CUT/SE (embora ele não soubesse de quem se tratava), economizou no discurso e teceu gentilezas, oferecendo água de coco, refrigerante e salgados a todos os presentes no seu gabinete.
Mas, a carapuça não tardou a cair. Após perceber que a bateria da câmera havia descarregado e com a identificação da jornalista da CUT/SE como tal, bem como certo da ausência da repórter da Infonet, o prefeito Augusto Cezar mudou sua postura de súbito.
Ficou falante, debochado, ironizando e desafiando os representantes dos trabalhadores. Um comportamento lastimável para um chefe municipal. Não fosse a habilidade dos representantes dos trabalhadores durante a negociação com o prefeito Augusto Cezar, possivelmente os servidores não teriam avançado.

5 comentários:

Anônimo disse...

quanta impocrisia! e odeputado iran e ana lucia se aproveitando da ignorância das funcionárias para se promoverem politicamente. Já sei até com será o discurso de vossas execelencia...."nós estivemos ao lado de vocês nos momentos mais difícil, lutando pelo seus direitos....".
Que barbaridade é disso que voces sobrevivem... das pessoas menos esclarecidas

Anônimo disse...

Quem vai varrer as ruas? quem quer um emprego melhor estuda, ou seja procurar crescer e conquistar novos horizonte, será que essas mulheres tem capacidade se ser uma secretária de educação, aúde, etc? não estudam e ficam querendo trabalho melhor... se orientem senhoras!

Anônimo disse...

coitadinhas...pobrezinhas... !!! se o prefeito fosse tão cruel vocês estaria pagando po danos morais...interessante só sabem dizer que estão sendo escravizadas. Voces não estão fazendo mais que seu deve. Por quê não falam que denigrem a imagem e agridem verbalmente o Sr. prefeito com palavras de baixo escalam. Tenham mais pudor Senhoras!!!

Anônimo disse...

interessante vocês só postam comentários faforável a sua reportagem não é mesmo

Mercedes Genebra disse...

Pelo que me lembre, a princesa Isabel aboliu a escravatura em 1888. E grau de escolaridade tem a ver com oportunidades e não com capacidade. Esse prefeito deve sofrer, provavelmente, da Sindrome do Pequeno Poder. Há um provérbio iuguslavo (provavelmente há similares em todo o mundo) que diz: Se você quiser saber o que um homem é, coloque-o numa posição de poder. Boa oportunidade para a população dessa cidade, repensar suas escolhas políticas para a próxima eleição. Em relação a esse "anônimo", não deve passar de um reles capacho, sem capacidade técnica e com parcos conhecimentos da nossa língua pátria, pois de outra forma, não esconderia o próprio nome.